domingo, 4 de novembro de 2007

Adote uma cachorrinha!

Florípedes era uma menina que vivia na rua com sua cadelinha Lili, Lili uma vira-lata de rabinho curto e pelo cor de mel.
- Lili, não fique longe de mim que a carrocinha pode te pegar.

Dizia Florípedes preocupada com sua doce mas mau cheirosa cadela.
- Vamos dormir abraçadas hoje pois está muito frio e não temos mais aquele cobertor que você rasgou todo.

Reclamava esperando uma resposta silenciosa.Chegou a hora de dormir e os cantinhos da cidade eram os lugares preferidos de Florípedes para fugir do frio e das outras pessoas que dormiam na rua que invariavelmente queriam tomar alguma coisa da menina, chinelos, roupas, cobertas o que pudesse eles levavam.

Florípedes se cobria de jornal abraçando sua cadela como se fosse um ursinho de pelúcia. Sonhava em ser adotada para sair das ruas, mas era sempre um sonho, acordava na sua realidade fria e com fome.
-Au au- Latia Lili como quem falava "acorda menina".

O dia era longo, procurar comida as vezes no lixo, para matar a fome que insistia em não morrer, além de ter que dividir com Lili.

Certa manhã quando fui acordada por Lili viu uma senhora de meia idade olhando para ela. Essa senhora com passadas lendas chegou perto de Florípedes e perguntou:
- Onde você mora menina? E essa cadelinha é sua?

Florípedes já estava acostumada com as pessoas que perguntam a ela sobre sua situação, aquela parecia ser mais uma.
- Moro na rua, e a cadelinha tem nome viu!! Chama-se Lili.
- Nossa, como é triste ver você, uma menina com seu lindo animalzinho andando por aí, que tal ficar numa casa quente e acochegante?

Florípedes logo pensou, será que essa mulher gorda como pêra vai querer me adotar? Esse pensamento veio e foi embora como tudo que passa pela sua vida ainda curta.
- Nós gostaríamos de ter uma casa, mas ninguém se interessa por mim, nem pela cadelinha
Disse com uma sinceridade profunda.

- Eu gostaria de ter alguém que fosse minha amiga, sempre presente e fiel. Morar numa casa grande com 4 quartos, 1 enorme sala de jantar e outras depedencias que só me dão a dimensão de minha solidão. Disse a senhora.

Florípedes sentiu seu coração bater mais forte. Será que alguém finalmente iria adota-la e livra-la dos becos sujos da cidade?

A mulher falou se sua vida para a menina, pegou a cadela, colocou no seu adiposo colo e continou sua longa história de vida.

Por fim a mulher foi objetiva com Florípedes e perguntou enfaticamente:
- Florípedes minha linda criança, eu quero adotar Lili a sua cadelinha. Você dá ela pra mim?

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